quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Acabou...

Mas o que acabou? Acabou a vontade de escrever o que eu queria aqui? Ou acabou a ilusão de que eu vou escrever algo aqui?
Não importa a resposta... o fato é que acabou...
Vou retomar idéias antigas, mesmo que agora pareçam antiquadas...
Por que? Porque acabou...
Acabou o pesadelo...
Acabou o cansaço...
Acabou o pessimismo...
Acabou o passado...
Acabou o presente...
Acabou o futuro...
Acabou a esperança...
Acabou a ilusão...
Acabou a solidão...
Acabou a verdade...
Acabou a dor...
Acabou a diversão...
Acabou a conformidade...
Acabou...
Acabou a chuva...
Acabou o verão...
Acabou o vento...
Acabou o coração...
Acabou...
Acabou a felicidade...
Acabou a alegria...
Acabou a simplicidade...
Acabou o ator...
Acabou...
Acabou o ator...
Acabou...
Acabou o amor...
Acabou.................
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Fim do ato 1....
Mas qual é o segundo?????
Veremos...
*Tomando leite e olhando para a tela do PC após ter digitado essa observação*
Lembra quando você tinha metade da idade de hoje? Ou menos? Se lembra? Quando você pensava no futuro como algo sólido, distinto, com aquele ar de poderoso que só ele tem... quando você acreditava que tudo que você não entendia hoje, iria se revelar no amanhã? Que você iria amadurecer e achar uma resposta para os problemas, porque é isso que as pessoas fazem?
Bom... e se for tudo sua imaginação? E se os problemas que você guardava tão carinhosamente para o futuro resolver tenham se transformado em monstros sem controle? E se o monstro é você? Tudo bem... nem todos se sentem assim... e os que se sentem sabem o porque de cada problema... mas eu não vou me demorar nisso... afinal não posso voltar para trás... e nem desistir... então tenho que continuar e ver onde tudo isso vai me levar... se o caminho escolhido, que aparenta ser complicado, não será mais fácil que o caminho simples, que pode se tornar difícil... A vida é um escolha... no final das contas, é tão real essa frase que podemos até analisar, que temos tanto controle sobre nossas vidas, que até decidimos se vamos continuar a viver... se esquecermos o instinto natural de sobrevivência, é fácil perceber que não é tão complicado acabar com a vida... mas ninguém quer acabar com a vida... 'ninguém quer a morte... só saúde e sorte...' já dizia Gonzaguinha...
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Fim do segundo ato...
Sobre os acontecimentos concretos...
Primeiro foi os dias no camping... afora o fato das complicações com o tamanho da minha barraca e a duvidosa capacidade de caber várias coisas junto com meu ser... tudo ok... claro... também teve a foto da mosca... que eu realmente gostei e estou muito feliz por ter tirado ela... amanhã upo as foto do camping no picasa... ou não... claro... alguns dos problemas já começaram no camping, mas isso não é assunto para ser tratado aqui...
Após um dia que realmente me fez esquecer o cruel futuro próximo, eu voltei... e logo me fui... mp3 carregado com todas as mp3 colocadas aleatóriamente, roupas, celular, papéis... e começa a jornada... Tudo parece falso... aquela não é minha vida, eu estou assistindo ela... como foi que eu cheguei em Jundiaí? Não me lembro... desço do ônibus e começo a andar a caminho da casa da minha tia... muita vontade de ir no banheiro... chegando perto do Paulistão começa a chuva, entro, vou ao banheiro... compro pão, mortadela, e decido pegar o ônibus... onde? Um sábado de completo stress... chuva... cansaço... roupas encharcadas... mesmo algumas na mochila não se safaram... Tudo bem... chego na casa da minha tia... a calma lentamente volta... e então o sono... e o despertar... e o dia chega... 8 horas... é um domingo de sol... parece não ter chance de chuvas... Tudo preparado... e então o ônibus passa as 10... e as 10:30 estou na ferroviária... o tempo ainda não está contra mim... um outro ser começa a me guiar... um ajudante que cuida de mim enquanto estou muito distraido com coisas abstratas... e então a primeira prova de que algo está acontecendo para me fazer seguir em frente... segundos precisos separaram uma frase e um movimento... a porta do trem foi segurada, eu saltei para dentro, e logo estava a caminho do destino... pelos minutos computados, as chances de perder hora eram cerca de 10 vezes maiores caso perdesse aquele trem... mas não aconteceu... e mais do que isso... dentro do trem continha a essência da minha distração... um pensamento vago e complexo cheio de costuras bem colocadas foi se formando... ações e reações foram cuidadosamente observados em minha nuvem dourada da imaginação... Até a estação Perus minha mente foi capturada pelo total descaso de meu propósito... e então um sono... e um cansaço... enfim a chegada... e a rotina que se seguiu nos outros dias... Luz, Gatorade, banheiro, gastos absurdos nesses dias que se passaram... o balançar suave do metro até chegar ao destino... aquele balanço distante, que afasta as pessoas mesmo quando estão encostadas... a porta se abre e se fecha, e logo uma renovada onda de olhares frios e distantes se assenta. O balançar incorruptível mostra seu poder sobre nós... pulo finalmente e ando em direção ao meu objetivo. A sensação de novidade ao sair da estação Vergueiro rapidamente vai embora, nada parece realmente novo. O futuro já está marcado no meu cérebro antes de acontecer. Aquilo é velho, pútrido, sem graça e desnecessário. Alguns minutos, cerca de 10, e logo me encontro numa marcha... posso ouvir 'Para não dizer que não falei das flores' em minha mente perturbada, as pessoas ao meu redor me ameaçam, me sinto inferior, um grão de areia pronto para entrar no olho descuidado de uma boa alma. A marcha continua, todos com o mesmo destino... a insanidade da cena me tira o raciocínio lógico, estava lá... havia chegado. Meu nome estava impresso numa assustadora folha colada na parede, indicando a melancólica sala a qual deveria me apresentar: 19.
Subo pelas 3 etapas das escadas rolantes... a sala está lá... não a nada que possa impedir agora... o RG, o número da carteira... A02... a janela, ao lado, mostra todo o CCSP de cima, São Paulo ironicamente me deseja boa sorte, a Paulista mais a esquerda parece dizer que eu deveria desistir. Escola número 07. Sala 19. Fileira A. Carteira 02. Nada mais pode ser feito... a prova de Língua Portuguesa começa...
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Fim do ato de número == 3

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