quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Uma Vida Acabada

Provavelmente num futuro próximo ou não muito distante eu irei ler isso e achar engraçado. Mas nesse momento as coisas estão tão estranhas e fora da minha compreensão que já não vejo mais propósito em nada. Literalmente, perdeu a graça viver. Tudo que eu imagino se transforma em outra coisa, os meus scapes já não funciona mais, e tudo que penso ou faço me parece inútil e completamente covarde da minha parte. Não sei se muita gente se sente assim. Eu supostamente deveria estar radiante. Estou a passos pequenos de realizar relativamente 3 sonhos de uma só vez. Dentre os quais alguns são tão pessoais e confusos que não irei entrar em detalhes aqui. E é por isso que não estou feliz, porque não estou certo se é isso mesmo o que eu quero, se meus sonhos são mesmo meus sonhos. Como já disse a uns posts atrás, e mais detalhadamente nas fotos do Orkut, eu vi o filme Into The Wild, e ele me monstrou a dura verdade de minha ideologias. São extremistas e nunca me levaram a nada. Assim como o Supertramp estava disposto a morrer no Alasca para provar sua desilusão na sociedade e crença na natureza e na pureza de pensamentos eu estava/estou disposto a ir pra Machu Picchu e talvez nunca mais voltar. Porque no fundo sempre foi essa a intenção, paixão pelo cicloturismo? Um pouco. Fazer uma viagem legal e mudar minha mente? Um pouco. Mas a idéia final sempre foi de sumir, esquecer minha vida e me entregar ao mundo. Mas, no final, seria aceitável? Com meus ideais extremos não teria eu a mesma desilusão que o Supertramp? Não perceberia tarde demais que nunca soube viver e que viver daquele jeito não era a solução?
Enfim, foi assim que comecei a questionar qual afinal é o jeito que eu quero viver. E cada vez fico mais confuso, mais escuro se tornam meus pensamentos.
Então, primeiro percebo que talvez minha viagem de bike, que guiava minha vida, não passa de uma atitude idiota, e que para ajudar eu não estou fazendo nada para torna-la realidade. E depois, pra ajudar, a única que fiz, não retornou o que eu queria. Consegui passar na USP, meu planejamento e decisões me levaram ao que eu queria, estou a um passo de conseguir alojamento lá, morar em sampa, e, de repente, tudo perde o sabor. Então, no fim, também não é isso que eu quero? De repente penso sobre os filmes, e o porque que as vezes eu me sinto tão mal por não ter vistos tantos títulos que eu gostaria. Então, poderia julgar que uma das coisas que eu quero é ver muitos filmes? Também não, já que sempre começo a ficar deprimido de ver muitos filmes ao invés de tentar coisas mais agitadas. Então deveria conciliar melhor os meus gostos? Seria possível? Funcionaria? Eu também não acredito fielmente nisso. E fico perdido de ver que eu não sei o que eu quero, nem quem eu sou, nem o que esperar. Estou jogado no mundo sem a menor necessidade de estar aqui. De repente não sou mais o Mister Cellophane, porque meu problema não é ser notado, meu problema é nem existir.
E dia após dia minha cabeça não pára de pensar nisso. Meu estômago está sempre embrulhado, não consigo comer direito, cada pensamento que tenho é sobre assuntos repetidos que não me trazem conforto nem tranqüilidade, apenas o oposto. Em dado momento minha preocupação é social, e logo percebo que se isso for resolvido, não mudará minha forma de viver, e nem o fato que o que eu deveria ser eu já sou, e nunca vou aprender a conviver com todo esse desprezo que tenho dentro de mim.
Estou realmente despedaçado, andando pelos cantos, quieto, olhar distante, buscando uma resposta, me distraio e não mais que alguns minutos depois tudo volta. Tento sair de casa, tento conversar com as pessoas, mas nada tira essa mente perturbada que tenho no sub consciente. As vezes queria apenas não pensar, não questionar, não avaliar, não analisar. E, sendo assim, inevitavelmente, não existir. Mas ai como poderia continuar? A única forma de alguma coisa ter sentido é existindo, então como posso curar esses sentimentos?
Olho para trás, e sinto não ter conquistado nada, olho pra frente, e não vejo nada para conquistar. Então pelo que devo existir?
Afinal, acho que isso ainda não demonstra nem metade do que estou pensando ou sentindo. Nunca me vi tão sem esperanças na vida. Todo caminho que eu percorri e que julgava tão bom e sábio me conduziram a um mar de solidão e desespero, realidade e desprezo.
Bom, agora só o que posso fazer é esquecer o que eu quero, ou o que eu penso, e mesmo que isso mate o resto humano que existe em mim, só posso tentar passar mais 1 mês no caminho que escolhi... só o que me preocupa, e se esse caminho falhar...
E o mais sóbrio e cruel disso, é que se falhar, será culpa minha. E isso se deverá ao fato de não ter no que me agarrar, não ver motivos para lutar. Então irei matar isso porque não tenho vontade de continuar em frente? Até onde vou destruir minha própria vida? Quando vou tentar parar de provar as coisas para os outros e provar pra mim mesmo. Quando vou entender afinal o que sou eu.
Nothing Really Matters...
That's the true...
I just killed a man... I'm killing... and this man... is me.

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