segunda-feira, 13 de abril de 2020

Diários de um adolescente

Se vocês se perguntam, cadê o adolescente?
Eu também não sei... mas escrever aqui depois de tão pouco tempo da última postagem indica que eu realmente to usando esse blog de diário. Bom, dizem que ajuda escrever né, então, bora...
E o adolescente, bom, posso não ser, mas ficar escrevendo de paixonite é muito imaturo, francamente... mas a quarentena não me dá opções...
Bom, até dá... e 10 anos se envolvendo não é bem paixonite... cada dia penso mais como uma obsessão... mas na mesma medida que me faz mal, me faz tão bem...
Essa postagem não tem nenhuma finalidade muito clara... não é registro, não é reflexão, não é desabafo... bom... talvez seja um desabafo...
Eu sinto que já falei tanto dEle com todo mundo (é, o Corrente da última postagem) que se eu continuar falando disso ai que vou acabar sem amigos... e sim, os últimos dias de quarentena foram horríveis em me mostrar o quão solitário e rejeitado eu sou... COVID pode vir e me matar que só vão perceber ou sentir falta no fim da quarentena (selo Drama Queen de qualidade)...
Não por menos eu passei o inicio e os dias atuais da quarentena querendo que alguém sentisse falta de mim... claro, alguns sentiram... mas vamos ser sinceros né, eu só tava preocupado com uma pessoa sentindo falta de mim... e até que teve umas demonstrações... não vou esquecer dois momentos... uma mensagem de bom dia, as 6h da manhã, sem motivo aparente, só lá, um bom dia... as 6h da manhã... de alguém que não exatamente é fã de mandar msg... não teve como evitar eu ficar pensando "meo deos, ele pensou em mim, 6h da manhã, e me mandou msg, ai meooo deoooos"... é, eu disse, imaturidade adolescente... enfim... a outra foi um link, da música Hallelujah, uma versão, acho que estava em português também... claro, o contexto era 'q deus ore por nós' ou algo do tipo, considerando a situação atual e tudo mais... mas receber música é sempre delicinha... (eu já mandei umas 5 pra ele então foi legal receber algo tb xD)... claro que agora sempre que escutar a música vou lembrar dele... já não chega Chão de Giz né... aiai...
mas nem tudo são flores né... eu com minha loucura queria aproveitar o isolamento para ver ele, ia até a casa dele, treinar andar de moto na Raposo... eu tava até insistindo um pouco demais nisso, ele até tava parecendo aceitar... mas dia vai dia vem... ele fez churrasco com o Paulo e não me chamou... fiquei tão, mas tão mal... poderia ter fugido e nunca mais voltado pra essa cidade tamanha minha revolta e desilusão com a vida... passado o momento dramático liguei pro Paulo e marquei de fazer um churras na casa dele na próxima sexta... incrível como certas coisas podem ser tão facilmente resolvidas quando você para de ser uma pessoa maniaca obsessiva desesperada carente e insana... 
Como prometido, me comportei de maneira discreta, estava radiante de estar lá em Cotia, no meio do mato, olhando para aquele sorriso que tanto amo. Nem uma palavra sobre como fiquei magoado dele ter me excluído do último churras, ou continuar evitando de me chamar pra casa dele como se eu fosse um bicho que fosse atacar ele na primeira oportunidade (bom, eu devo ter feito por merecer isso)... acho que foi bom em termos de ter colocado mais um ponto na questão de que o que eu peço é a amizade a companhia dele... que mais uma vez contaram com as pequenas coisas me enchendo de alegria e felicidade... como colher mexerica, ou, pasmem, carregar tijolos, qlq elogio vindo dele é como se eu ganhasse uma loteria (ta fortinho, ein?)... agora me ponho aqui, na obrigação que eu mesmo instaurei de que devo aquietar-me... lembrar que estamos numa pandemia e que preciso zelar pela saúde de todos... não que não tenha feito isso, eu realmente acho que não fiz nada que coloque ninguém em risco nesses 2 dias fora de casa, até pq só fiquei em outra casa... e bem mais afastada de covid que a minha, cuidando de todos os procedimentos de limpeza... remorsos de lado... estou aqui pensando até quando posso cumprir minha árdua tarefa de me manter afastado, fisicamente mas também virtualmente... até exclui o WhatsApp com a finalidade mais latente de parar de mandar msg pra ele, ou esperar respostas... não posso voltar a agonia e ansiedade de ficar nesse jogo maluco de troca de textos.... tão impessoal, tão superficial... tão mundo atual... quanto mais vivo mais acho confusas essas novas relações sociais baseadas em redes sociais... a vida real tem nuances tão mais intensas... gestos tão mais significativos... sorrisos tão mais calorosos... e mesmo assim eis-me aqui, tentando colocar em palavras numa rede qualquer minhas emoções e sentimentos...
Eu tenho andando tão sozinho ultimamente que nem vejo em minha frente nada que me de prazer... sinto cada vez mais longe a felicidade, vendo em mim a mocidade, tanto sonho perecer... eu queria ter na vida simplesmente... um lugar de mato verde, pra plantar e pra colher... ter uma casinha brande de varanda... um quintal uma janela para ver o sol nascer... as vezes saio a caminhar pela cidade... a procura de amizade... vou seguindo a multidão... mas me retraio olhando em casa rosto... cada um tem seu misterio, seu sofrer, sua ilusão... eu queria ter na vida simplesmente, um lugar de mato verde para plantar e para colher... ter uma casinha branca de varanda... um quintal uma janela para ver o sol nascer.............
E ver o sol nascer sábado, numa casinha no mato verde... era tudo que eu precisava... se desconectar e ter que lidar consigo mesmo... 
O duro é estar rodeado de tecnologia, redes sociais, entretenimentos, estéticas para todo lado... e único pensamento que perdura é o de olhar aqueles olhos, ver aquele sorriso e poder pedir para lhe fazer um cafuné... passar as mãos suavemente por entre aqueles cabelos prateados, suspirando enquanto sinto cada fio deslizar pela minha pele... de todas as riquezas, de todas as luxurias, de todas as gulas... meu maior desejo é fazer um cafuné... minha meta na vida, meu destino, minha obsessão... fazer um cafuné... espero que a próxima vez que eu apareça aqui para relatar essa minha adolescência louca eu possa relatar esse cafuné... e que todos nós sobrevivamos até lá... 
Hallelujah... 

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