quarta-feira, 1 de abril de 2009

Renascimento e Morte

Faz um bom tempo que não apareço por aqui. E há um bom tempo nem tenho vontade de aparecer.
Mas aconteceram algumas coisas recentemente, coisas que me fizeram mudar, que me fizeram pensar, acima de tudo, que me fizeram reaver uma pequena parte do passado.
Estou em um desses momentos... onde presente, passado e futuro se unem, não tem mais como diferenciar. Não entendo da onde eu vim ou como cheguei aqui, ou onde estou, ou mesmo para onde estou indo e porque estou indo.
Passei os últimos 4 dias pensando que eu estou me enganando, me iludindo, lutando uma luta sem propósito.
Resolvi rever tudo que estou passando, e então me deparei com o inevitável sentimento de que nem sei o que é. Me isolei em alguns sentidos, e ao mesmo tempo busquei alguém. Ninguém veio, e continuei isolado, esperando, pensando, chorando e entendendo.
As coisas mais insignificantes foram suficientes para me mostrar as mais grandes verdades.
Agora pouco, voltando do banheiro, aquele sofá, que sempre esteve lá, me mostrou mais do que sua superfície branca ou suas almofadas semi-limpas. O inesperado surgiu de uma mente que já começa a entender que está doentia e desiludida. Aquele sofá, que nada poderia dizer, de repente gritou para mim: "O que você está fazendo? Porque não está me vendo? Você está em casa, não percebe? Olha em volta? Você cresceu, você tem suas coisas, você está nessa agora. Porque não admite, porque acha que isso é uma brincadeira? Essa é sua vida, sente-se, aprecie ela, você está sozinho nisso. E daqui para frente você só tem isso... não haverá propósito, não haverá magia, não haverá amor... você tem 22 anos, ainda tem muitos anos para lutar em vão, para não conseguir nada. Bem vindo meu filho, ao pequeno mundo dos horrores."
E então ele se calou... deixando minhas lágrimas escorrerem sobre ele em silêncio. Enquanto observava a máquina de lavar, a torradeira, a sanduicheira, os panos de prato e as paredes pintadas. A sensação forte dentro de mim de insignificância... para que tudo isso? Eu preciso disso? Do que eu preciso? De repente parece que nada faz sentido quando você está sozinho... mas, eu já deixei de estar? Até pensamentos sobre a Renata me vieram a mente, toda minha vida se fundiu no espaço-tempo de uma lágrima escorrendo calada no meu rosto.
Então é isso? É o agora? É o amanhã? É isso minha vida? É isso que ela vai continuar sendo? Lidar com a dor e continuar minhas obrigações? É assim que as pessoas vivem? É para isso que vivemos?
Eu não sei, mas quero descobrir, e por isso preciso escrever isso aqui, para ler depois, para poder ter certeza que estou errado quanto a tudo isso que estou sentindo... para saber que vale a pena viver.
Porque nesse exato momento, eu não acredito mesmo que vale.
That's all.
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Um comentário:

Monique disse...

Esse não é o único comentário que farei a respeito do seu texto, por que tenho algumas coisas profundas a dizer sobre ele, mas preciso pensar mais nelas. O que realmente queria destacar é você ter postado essa reflexão toda no dia primeiro de Abril, considerado dia da mentira. Curioso... :P