segunda-feira, 20 de abril de 2020

Aquele da erva musical

Cheio de primeiras experiências hoje... Na verdade só tem uma mas não sei porque parecem várias... Ah sim, agora lembro... Tô juntando a experiência de agora com a que eu pretendo narrar, mas aí não é de hoje então só novas experiências nesse posto mesmo...

Mas vamos começar logo pela primeira pra essa bagunça ficar mais clara... A primeira experiência que tenho assim, e assim é: escrever chapado. De erva... Ouvindo música... Bom, a primeira vez que ouvi música assim foi incrível, aí dessa vez além da música resolvi fazer o que? Escrever... Nunca escrevi assim, na dúvida do que pode sair... O começo já saiu confuso, me pergunto se com o passar do tempo a coisa piora ou melhora com o foco maior... Dúvidas...
Mas não tô escrevendo só pra falar dos efeitos, eu queria escrever sobre o último fim de semana mesmo... Aí juntei a chance de escrever nesse estado... Até porque foi no fim de semana que ganhei meu baseado... <3 div="">
Não bateu muito forte, então ainda nem to chapado mesmo, só tá aquele inicial de formigamento... Enfim...
Estava tão apreensivo semana passada (e essa vai ser igual 🤔) aí droga, usei emoticon... Eu não costumo usar emoticon no blog... Agora já foi, sei lá... Esses apagão mental é uma maravilha hahahahhaha... Foco foco... Gente do céu... Voltando... Eu acho...
Nossa, eu não falei nada ainda... Então, apreensivo né... Isso, eu tava... Da última vez eu tava apreensivo se ia rolar de ir no Paulo mesmo, aí rolou né... Esse fim de semana eu tava com planos de ir na Pri pegar bolo sexta, e passar como quem não quer nada na casa do Corrente, entregar o note que disse que ia emprestar pra ele... não tinha nada certo se ia ver alguém ou não, e aí, sexta, eu já tava pensando em desmarcar tudo... Quando mando o habitual bom dia e, pouco depois, recebo a resposta seguida de um "bora feijoada hoje?"... Pensa gente, pensa... Eu basicamente me senti jogando tudo pro alto e indo sem pensar duas vezes. Eu tava sendo convidado espontâneamente poxa... Não foi aquele fim de semana lindo e mágico mas eu tava consolidando esse laço social... Tava feliz, tava perto do que me faz bem, ou melhor..... Fugiu aqui... Sei lá, tava falando que eu tava lá e bebi e conheci peão novo, de cabelo espetado e uma pãozinho... Nem bebi tanto, aí falei da marijuana, que tava querendo e o meu fofuxo Correntão falou q achava que tinha em casa, que se tivesse me levava... Bom, não preciso dizer que ele tinha né? Hahahah... Queria/quero/estou querendo/quero muito/quereis/quererei eternamente... Fumar com ele... Nossa, na verdade me empolguei no quero mas eu acho que eu tava pensando na boca dele na minha... Aiaiai... Nao, mas sim, também queria muito ter fumado com ele, mas ele teve que trabalhar sábado e domingo, então nem vi ele direito, só sábado de manhã mesmo, mas já foi fofo, sempre fofo... Vontade de apertar, agarrar, aí gente, definitivamente maconha me dá tesão... Socorro... É, o que era mesmo, que quase não vi ele né?
Então... É isso... Fiquei lá ajudando, aí que difícil tô prestando atenção na música e não consigo lembrar o que tava falando aqui... Essa música é ótima, Seu Waldir... Então, calma... Seu Corrente... Bora, foco... É, isso, ajudando, coloquei spot de luz, arrumei umas parte elétrica, aí depois aguei planta e tal... Até deu pra dar uma enjoada social, haha, não queria mais ver Paulo nem ninguém, mesmo o Corrente, tava batendo a vontade de ir pra casa mesmo hahahaha meu lado antisocial nunca vai ser superado mesmo... Enfim, fui falando que voltava de qualquer groselha aí que aí preguiçaaaaa... Tô meio terça insana... Calma, volta... Falei de voltar pq fiquei devendo de ver a impressora do Paulo... Aí falei algo do pq eu voltaria logo como sei lá, ir pra psico resolver algo... Então o Paulo meio que ficou com um "logo mais volto aí ver isso"... Na real já cheguei pensando em enrolar pq eu tô na culpa né, do isolamento e eu lá passeando... Aí tava até considerando pular esse fds, pelo menos, sei lá...
Aí gente, mas aí hj, parece que foi ontem... Nossa, que triste, não sei pq triste... Enfim... Calma, hoje... Aí hj ele, ele quem né, o cowboy, mandou mensagem que dia 23 iam instalar a internet pra ele, nossa, fico com mais preguiça de digitar do que de pensar, parece que minha cabeça tá muito mais rápido que eu escrevendo aí já cansa de pensar que ia demorar muito explicar tanta coisa... Aí não explico nada mesmo e foca só que, huum, sexo... Apareceu um x aqui no foca, foxa, e já pensei em sexa, sexo... Deu aquele arrepio sabe... Aiai... Então, foca só que ele pediu pra instalar internet pra ele, não precisa saber porque, e você sabe, não você, eu mesmo que tô escrevendo, eu sei, vou continuar sabendo quando ler isso, certeza, enfim... A questão é que ele queria que eu fosse lá pra ajudar porque ele não entende nada (então tô torcendo pra ele continuar não sabendo nada, vai que ele desiste hahahaha) nao, ele não pode desistir... Já tá tudo combinado, quinta eu vou logo que acabar o início da defesa videoconferencia da diretora. A ideia é chegar lá meio tarde até (umas...) Droga, não, não vou narrar isso aqui, é, não, pronto... Chegar tarde, tipo, quase pra janta, logo, dormir lá, não sei ainda se ele considera isso... Aí gente, não vou ficar escrevendo aqui a quantidade de variáveis que ficam vindo na minha cabeça... É muita variáveis, socorro... Ansiedade demais... Amor... Ah o amoooor... Pq metade de mim é amor, e a outra também... Rum tum tum tum... Bateria... Blue Monday, maravilha ouvir música assim, socorro... Vou parar que não tá um barato tão interessante escrever, tô mais pra minha mente agora... Fui

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Diários de um adolescente

Se vocês se perguntam, cadê o adolescente?
Eu também não sei... mas escrever aqui depois de tão pouco tempo da última postagem indica que eu realmente to usando esse blog de diário. Bom, dizem que ajuda escrever né, então, bora...
E o adolescente, bom, posso não ser, mas ficar escrevendo de paixonite é muito imaturo, francamente... mas a quarentena não me dá opções...
Bom, até dá... e 10 anos se envolvendo não é bem paixonite... cada dia penso mais como uma obsessão... mas na mesma medida que me faz mal, me faz tão bem...
Essa postagem não tem nenhuma finalidade muito clara... não é registro, não é reflexão, não é desabafo... bom... talvez seja um desabafo...
Eu sinto que já falei tanto dEle com todo mundo (é, o Corrente da última postagem) que se eu continuar falando disso ai que vou acabar sem amigos... e sim, os últimos dias de quarentena foram horríveis em me mostrar o quão solitário e rejeitado eu sou... COVID pode vir e me matar que só vão perceber ou sentir falta no fim da quarentena (selo Drama Queen de qualidade)...
Não por menos eu passei o inicio e os dias atuais da quarentena querendo que alguém sentisse falta de mim... claro, alguns sentiram... mas vamos ser sinceros né, eu só tava preocupado com uma pessoa sentindo falta de mim... e até que teve umas demonstrações... não vou esquecer dois momentos... uma mensagem de bom dia, as 6h da manhã, sem motivo aparente, só lá, um bom dia... as 6h da manhã... de alguém que não exatamente é fã de mandar msg... não teve como evitar eu ficar pensando "meo deos, ele pensou em mim, 6h da manhã, e me mandou msg, ai meooo deoooos"... é, eu disse, imaturidade adolescente... enfim... a outra foi um link, da música Hallelujah, uma versão, acho que estava em português também... claro, o contexto era 'q deus ore por nós' ou algo do tipo, considerando a situação atual e tudo mais... mas receber música é sempre delicinha... (eu já mandei umas 5 pra ele então foi legal receber algo tb xD)... claro que agora sempre que escutar a música vou lembrar dele... já não chega Chão de Giz né... aiai...
mas nem tudo são flores né... eu com minha loucura queria aproveitar o isolamento para ver ele, ia até a casa dele, treinar andar de moto na Raposo... eu tava até insistindo um pouco demais nisso, ele até tava parecendo aceitar... mas dia vai dia vem... ele fez churrasco com o Paulo e não me chamou... fiquei tão, mas tão mal... poderia ter fugido e nunca mais voltado pra essa cidade tamanha minha revolta e desilusão com a vida... passado o momento dramático liguei pro Paulo e marquei de fazer um churras na casa dele na próxima sexta... incrível como certas coisas podem ser tão facilmente resolvidas quando você para de ser uma pessoa maniaca obsessiva desesperada carente e insana... 
Como prometido, me comportei de maneira discreta, estava radiante de estar lá em Cotia, no meio do mato, olhando para aquele sorriso que tanto amo. Nem uma palavra sobre como fiquei magoado dele ter me excluído do último churras, ou continuar evitando de me chamar pra casa dele como se eu fosse um bicho que fosse atacar ele na primeira oportunidade (bom, eu devo ter feito por merecer isso)... acho que foi bom em termos de ter colocado mais um ponto na questão de que o que eu peço é a amizade a companhia dele... que mais uma vez contaram com as pequenas coisas me enchendo de alegria e felicidade... como colher mexerica, ou, pasmem, carregar tijolos, qlq elogio vindo dele é como se eu ganhasse uma loteria (ta fortinho, ein?)... agora me ponho aqui, na obrigação que eu mesmo instaurei de que devo aquietar-me... lembrar que estamos numa pandemia e que preciso zelar pela saúde de todos... não que não tenha feito isso, eu realmente acho que não fiz nada que coloque ninguém em risco nesses 2 dias fora de casa, até pq só fiquei em outra casa... e bem mais afastada de covid que a minha, cuidando de todos os procedimentos de limpeza... remorsos de lado... estou aqui pensando até quando posso cumprir minha árdua tarefa de me manter afastado, fisicamente mas também virtualmente... até exclui o WhatsApp com a finalidade mais latente de parar de mandar msg pra ele, ou esperar respostas... não posso voltar a agonia e ansiedade de ficar nesse jogo maluco de troca de textos.... tão impessoal, tão superficial... tão mundo atual... quanto mais vivo mais acho confusas essas novas relações sociais baseadas em redes sociais... a vida real tem nuances tão mais intensas... gestos tão mais significativos... sorrisos tão mais calorosos... e mesmo assim eis-me aqui, tentando colocar em palavras numa rede qualquer minhas emoções e sentimentos...
Eu tenho andando tão sozinho ultimamente que nem vejo em minha frente nada que me de prazer... sinto cada vez mais longe a felicidade, vendo em mim a mocidade, tanto sonho perecer... eu queria ter na vida simplesmente... um lugar de mato verde, pra plantar e pra colher... ter uma casinha brande de varanda... um quintal uma janela para ver o sol nascer... as vezes saio a caminhar pela cidade... a procura de amizade... vou seguindo a multidão... mas me retraio olhando em casa rosto... cada um tem seu misterio, seu sofrer, sua ilusão... eu queria ter na vida simplesmente, um lugar de mato verde para plantar e para colher... ter uma casinha branca de varanda... um quintal uma janela para ver o sol nascer.............
E ver o sol nascer sábado, numa casinha no mato verde... era tudo que eu precisava... se desconectar e ter que lidar consigo mesmo... 
O duro é estar rodeado de tecnologia, redes sociais, entretenimentos, estéticas para todo lado... e único pensamento que perdura é o de olhar aqueles olhos, ver aquele sorriso e poder pedir para lhe fazer um cafuné... passar as mãos suavemente por entre aqueles cabelos prateados, suspirando enquanto sinto cada fio deslizar pela minha pele... de todas as riquezas, de todas as luxurias, de todas as gulas... meu maior desejo é fazer um cafuné... minha meta na vida, meu destino, minha obsessão... fazer um cafuné... espero que a próxima vez que eu apareça aqui para relatar essa minha adolescência louca eu possa relatar esse cafuné... e que todos nós sobrevivamos até lá... 
Hallelujah... 

segunda-feira, 16 de março de 2020

Ali, naquela mesa de bar

Volta e meia coisas estranhas acontecem... Como eu escrever no celular ao invés de sentar no computador... Ou ao invés de dormir ficar aqui lendo coisas do blog...
Mas mais estranho que essas coisas é reler os dias da prova da fuvest por aqui... Bom, da primeira vez em que passei na Geo (ficaria chateado de não ter registrado minha entrada da ECA, mas de repente melhor né? Credo, que erro) pelo menos. Mas o que é estranho?
O estranho é perceber a riqueza de detalhes que me reservei a contar e de como isso trouxe uma alegria estranha... E esse fim de semana me peguei numa situação parecida, a vontade de narrar, de eternizar momentos recontando eles. Momentos que não podem ser fotografados ou filmados mas podem ser minuciosamente registrados em texto para que o cérebro consiga acessá-los novamente.
Bom, então me sinto no dever de registrar algo aqui.
Dessa vez sem enigmas, sem charadas, sem entendimentos ambíguos... Pura e simplesmente narrando, assim como aqueles dias das provas.
Em 2010 entrei como funcionário público no Instituto de Psicologia da USP, sim, exatos 10 anos atrás... E jamais imaginava como aquele lugar iria fazer parte da minha vida... Entrei como quem está passando por um processo temporário, já que sempre almejei sair da cidade e morar no exterior... Bom, não precisa falar que isso não aconteceu né... Com 33 anos, de repente, até que 10 anos nem é tanto tempo assim... Enfim... Mas o foco não é a psico, senão seriam 777 páginas só sobre as desventuras em série (infinitas séries) de lá.
Em 2010 mesmo conheci algumas pessoas lá, que me chamaram atenção... Mas nenhuma me chamou tão particular atenção quanto um emburrado pintor do serviço de manutenção chamado Antônio Carlos Corrente (aquele estranhíssimo momento em que você nunca tinha percebido muito bem o Carlos...)
No final desse mesmo ano aconteceu uma festa de confraternização, e o tal pintor estava sem o uniforme, com uma camisa polo e calça jeans, e um sorriso bem diferente da habitual cara fechada que eu via. A festa tinha uma ideia de levar um pouco da vida dos funcionários e exibir para todos, lembro até hoje de me surpreender ao ver os Dom Quixotes feitos com metais (parafusos, porcas, etc.) e pensar que no final aquela cara feia guardava uma ternura única. Lembro de ter gravado essa festa, e me segurado muito para não ficar filmando ele, para não dar na cara... Mas já naquele momento começava uma admiração que não teria fim... 2 anos depois, ainda tinha certo medo dele, aquele olhar que reparava no meu ao longo dos corredores e que muito provavelmente se irritava com minha audácia (ainda vou apanhar, pensava)... Ainda assim, e não sei exatamente com o incentivo de quem, mas criei coragem para pedir emprestado um daqueles Dom Quixotes. O motivo? Ia apresentar um seminário na ECA sobre arte e reciclagem... Lembro de ter ido pedir pra ele morto de vergonha, e, (por isso amo escrever meu deus) agora escrevendo, me recordo dele já ter entregue só pra mim aquilo que até hoje tenho como mais valioso... Seu sorriso... Verdadeiramente feliz de estar pedindo o fruto do seu trabalho, valorizando aquele punhado de alma, de tão doce confecção. Levei embora o pequeno boneco de metal e o usei na apresentação, e não devolvi até recentemente (2017 ou mesmo 18)... Tinha vergonha, aliás, passei os primeiros meses morto de vergonha, porque pensava que ele iria brigar comigo por ter "roubado" o boneco dele... Enfim o pobre coitado acabou permanecendo anos dentro da última gaveta do armário da minha mesa do trabalho... Sempre que abria e o via lá era uma mistura de alegria e culpa... Mais tempo se passou comigo acreditando que ele julgava meus olhares e se incomodava com minha insistência em observá-lo pelos corredores, até hoje não sei precisar exatamente quanto tempo depois ou quanto tempo atrás que aconteceu, mas existiu um ponto chave em meio a toda essa bagunça... O dia em que o Robson chamou eu, ele e o Paulo para almoçar no Bar do Alemão. A partir daquele dia entendi que não havia motivo para ter "medo" dele. Bom, nesse dia ele já sabia que eu tinha interesses nada dignos com ele, e parecia até ter mudado, ao invés de seguir com um olhar desconhecido, parecia me olhar com mais simpatia, ou provavelmente achando graça pela descoberta que eu, aquele menino novo e ingênuo, tinha atração por ele. Enfim no dia do almoço tudo ficou mais claro, e consegui explicitar pessoalmente que, sim, era tudo verdade, e tinha sim atração por ele. Fui correspondido apenas por um sorriso... Dias depois, ao perguntar, afinal, o que ele pensava, apenas obtive a negação, que não ligava, mas não curtia. Depois desse primeiro não, tentei parar de pensar naquilo, deixando pra lá, estava passando por tantas coisas em tantas loucuras (maioria relatadas por aqui né)... O tempo seguiu passando até que, arriscaria dizer que relativamente pouco tempo atrás, aconteceu algo de novo... Um churrasco que me convidaram para beber (Aiai, até aquele dia nem sabia o gosto de uma boa cachaça)... Quase todos já sabiam das minhas intenções nada puras com alguns "peões" do serviço, especialmente ele, o Antônio, que sempre chamei de Correntes (com s mesmo, porque achei por anos que era assim). Bebida, bagunça, pessoas me zoando... Foi a receita para algo que hoje não me orgulho muito (mas na época foi ótimo para liberar um lado que escondia, ou, porque não, reprimia)... Assediei (acho que a melhor palavra é essa mesmo) basicamente todo mundo que tava lá... Mas ao final da festa o foco recaiu totalmente no Correntes... Pedindo para que ele não voltasse para casa dele de moto, que seria perigoso, que ele fosse ao menos tomar um banho antes, que eu o ajudaria se preciso... Bom, não nego, a preocupação era real, até hoje é, mas se aproveitar da situação também era parte do plano... Não adiantou, ele foi embora... Não sem antes muito gentilmente atender meu pedido de me dar um abraço... E me falar (como um bom alcoolizado) como ele me considerava um cara legal e que gostava de mim... Tudo poderia ter acabado aí, mas na verdade foi onde começou de verdade... Primeiro, as fofocas, que apesar de se manterem singelas por tanto tempo acabam vez ou outra ganhando extraordinária força recheada de maldade, e depois, minha liberdade em traçar um percurso de quase obstinação em me aproximar dele. Tentava de toda forma me aproximar, meio que forçava a barra, e fui percebendo que se eu queria me aproximar precisava conhecer ele melhor, ouvir sua história, saber sua opinião, e com o tempo fui admirando ainda mais sua essência, fui transformando aquilo que era razoavelmente sexual e físico em admiração fraterna. No último ano passei a respeitar e zelar por ele mais do que tudo no trabalho, quase como se ele justificasse o motivo pelo qual ainda aguento o ambiente cada dia pior. O que em partes é verdade, já que sempre penso que pode ser mais um dia em que poderei ver seu sorriso... Outros churrascos vieram, aprendi a tomar Seleta, acabei com meu fígado, mas me sentia cada vez mais próximo dele, e estranhamente feliz com isso. Uma pessoa que hoje percebo mais claramente do que nunca, é a que mais me respeitou e mais me tratou bem diante dos que conheceram esse meu lado "verdadeiro"... Ao menos dentre os homens, e talvez o Gustavo, mas ele é figura fora da curva e provavelmente a pessoa mais incrível da USP, então não conta :P... Enfim, percebi dia após dia que, mesmo claramente não tendo chances de rolar qualquer coisa, eu queria estar próximo, queria compartilhar coisas com ele e fazer parte de alguma forma de sua vida. Detalhes que afastei de minha vida antiga e que me faziam bem se refletindo em seus gostos... A pescaria em contato com a natureza, o jogo de truco e bilhar que me lembravam o melhor do meu avô, o jeito simples e caipira que me lembra as músicas de raiz que tanto amo... Vários detalhes e, como diria a música brega, detalhes tão pequenos, são coisas muito grandes... E a grandeza dos meus sentimentos não pararam... E enfim no fim desse ano, tentei mostrar meu sentimento de modo mais ousado do que propostas indecentes ou indiretas safadas... Com a ousadia de uma mensagem de carinho... Num cartão, junto ao seu presente de aniversário... Não sei se isso ajudou ou não, mas o fato é que no maior ato sincero que consegui ter, disse que para mim o melhor presente era seu sorriso. E ao escrever isso percebi para mim mesmo que era verdade, e para mim bastava velo sorrindo... Desde então parece que ele passou a me presentear mais, e como gosto de ver aquele sorriso, como seus olhos e seus dentes me hipnotizam com uma sensação de paz e tranquilidade. A vontade contida de acariciar seus cabelos e lhe abraçar por longos minutos. O carinho de seus gestos ao se preocupar com pequenas coisas, como a felicidade em me ajudar com a moto, que tanto me aproximou e culminou nesse dia tão feliz que foi a última sexta. Pois foi nessa sexta, depois de longos 10 anos, que finalmente tive a oportunidade de sair da USP e ter alguns minutos como um verdadeiro amigo dele. Que ele finalmente confiou no meu carinho e respeito e aceitou sair para beber comigo. Um dia que acabou se tornando um dos mais felizes da minha vida... Desde a incredulidade quando ele disse que tudo bem sair para beber, até a mensagem perguntando se eu tinha chegado bem. Seguir ele com a moto, parar ao lado dele no semáforo e poder contemplar seu sorriso semivisivel pelo capacete, enquanto escutava que estava pilotando muito bem já... As músicas escolhidas no celular para tocar enquanto bebiamos cerveja (e aja Chão de Giz na minha vida) seus toques rápidos, suas histórias de vida, sua preocupação enfim revelada sobre o que falavam de nós... Cada segundo daquele dia podia ser transfigurado em matéria, podia adquirir o sentido de eternidade e poder ser revivido para sempre... E mesmo não devendo, mesmo querendo evitar... Não pude deixar de alimentar a esperança de ter mais dias assim, de ter mais possibilidades de passar momentos como esse, ridiculamente mundanos, estupidamente medíocres, mas incrivelmente mágicos. Exatamente como acredito que o que de mais especial seja... Simples, bruto, natural, comum... Então espero que ninguém leia isso, ou pelo menos se ler que não aumente fofocas ou use contra mim ou contra ele, pois só quero registrar isso aqui para que um dia eu saiba, ou qualquer outro, que em momento da vida precisei parar de guardar isso pra mim e compartilhar com todos que aprendi uma nova forma de amar, algo estranhamente deslocado de um simples amor platônico... Um amor que se encerra na simples presença, no simples convivio, e que não precisa de mais nada para perdurar senão um sorriso. Talvez no final nunca precise de cadeado, pois não há motivos para trancar uma corrente  que existe para libertar.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

The One That Don't Know Nothing

E não estou falando do John Snow...
2019 está sendo provavelmente o ano mais longo do milênio... prova disso é uma segunda postagem no blog no mesmo ano...
Atualizando rapidamente vocês... eu ainda não conclui o curso (tamo indo, ainda pode rolar esse ano)...
2 grandes amigos tiveram filhos e eu já me sinto na crise da meia idade (wtf I'm doing in this Earth?)... inclusive um deles teve exatamente hoje, no mesmo dia do seu aniversário... acho isso lindo e poético...
Mas eu vim falar de não saber de nada, não é mesmo?
Bom... esse ano talvez devesse estar marcado por uma decisão enfim tomada... a de tirar a CNH... terça passada eu acabei o processo, categoria AB... e bom deixar o registro aqui... eu NUNCA, absolutamente NUNCA na minha tosca vida tinha ficado tão nervoso assim para fazer uma prova... fiquei quase 1h tremendo depois de sair do carro... foi punk... mas na de moto foi mais de boa...
Mas ué, como assim não sabe se tá ai aprendendo? Bom, quanto mais aprendemos menos sabemos, não é mesmo? E se tem uma coisa que esse processo me mostrou é que você tira carta pra sair sem saber porra nenhuma... se eu pegar um carro eu bato ele, se pegar uma moto eu não sei nem sair da primeira marcha... ai você percebe que quanto mais se vive menos se sabe, maior verdade que a filosofia já chegou...
Tanto que fico me perguntando... 33 anos (eu passei o ano todo com 33, então até que enfim os 33 estão chegando de verdade) e ainda não aprendi as coisas mais básicas... 
Bom, só poderia estar falando das correntes da vida... aquelas que parecem não fazer mal, que te ajudam a prender ideias, a manter as coisas seguras, a te apoiar num momento qualquer... mas quando você menos espera elas estão entrelaçadas no seu corpo, como uma anaconda pressiona todo seu corpo, te deixa ansioso, inquieto, desesperado... até que ela chega no seu coração e aperta tanto, tanto, que ele fica miúdo, tristonho, perde a esperança de um dia se soltar novamente.
E então você está lá, pensando o tempo todo em como tirar as correntes, mas se pega acariciando-as ao invés de forçá-las para fora... frias, duras, irredutíveis... e você ainda toma cuidado para não machucá-las... as vezes você se vê livre delas, consegue andar livremente, mas em todo lado que olha lá está... num portão, numa bicicleta, num camelô... as correntes não te deixam esquecê-las... e você começa a se perguntar como chegou nisso, o que justifica isso?
Seria o desejo intenso por aquela vida livre, pedalando pelo mundo, desapegando de qualquer material ou pessoa diretamente proporcional a resposta de acorrentar-me nessa realidade inócua?
Ai os detalhes começam a desabrochar... a vontade de comprar uma moto... o amor crescente por músicas de raiz... o retorno da busca pela natureza... pela independência... essa necessidade de mostrar que eu não posso simplesmente ser acorrentado, que a corrente não deve me impedir, e sim me ajudar... mas os dias seguem sem que eu consiga dar um passo livre delas... e o que antes parecia apenas elos utilitários numa sequencia lógica agora representam elos da minha alma, elos de sonhos, de passados, presentes e futuros. Elos que são tão belos quanto o desabrochar de uma rosa, tão serenos como a brisa da primavera, tão doce quanto o mel, tão macio como a areia fina do litoral virgem... mas juntos continuam uma corrente, uma corrente que me permeia mas não me toca. Que me prende mas não me vê. Que me sufoca mas não me fala. Um corrente que segue sendo o que é, sem se importar, sem olhar pra trás, sem compreender o estrago de cada dia... uma corrente que, se pudesse escolher um único elo, seria o de seu sorriso, guardaria esse elo para sempre, me confortando em sua simplicidade, em sua capacidade de expressar o tipo de vida que almejo. Mas de tantos elos não me resta mais nada se não aceitar, que de toda essas correntes da vida, jamais terei o cadeado.



segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

The One That Returns

Basically 3 years without posting...

Yeah, it's weird put the title in english and write in portuguese... but, who i'm deceiving? I can't do all the blabla here in english... let's back to mother language...
Bom, se eu só apareço em momentos de mudanças por aqui então isso significa que foram 3 anos sem sair do lugar?? Não exatamente...
Teve mudança de endereço de novo... teve viagens... teve sobrinho-neto nascendo... teve redução de jornada do trabalho... não sei... será que foram 3 anos tão mornos assim?
Talvez sim, talvez não... mas aqui estou... seja pela necessidade de vomitar coisas como em um diário seja pelo ímpeto assustador de precisar escrever... 1 ano sem facebook... crises políticas por todo lado... reativação recente do instagram... a necessidade de digitar sem parar e ver letrinhas surgindo é extrema... então porque não esse blog tão brega, não é mesmo?
Logo de cara já percebo a bagunça (em termos estéticos mesmo) que está ficando o texto e pensando aqui que... ou tô ficando o chato da ABNT... ou só tô desacostumado a escrever no blog mesmo...
Falando em ABNT, antes de entrar no título do post, esse ano concluo o curso, sim, desde 2008 ainda não me formei em bosta nenhuma, então agora é a hora.. 2019 ou jubilo ou consigo um diploma merda e inútil mas que vai ser um marco para uma pessoa que não conclui nada nessa vida (emoticon da mulherzinha dando de ombros, pq sim, nao consigo mais escrever sem emoticons, a que ponto chegamos)...
Enfim... the one that returns... quase o point of no return... btw... orgulho desse blog ter minha visão de Bohemian Rhapsody (amei o filme)... enfim... mas dessa vez não é música, e nem de musical, apesar que eu facilmente faria um musical com uma música que chamasse the one that returns... (emoticon pensativo, e sim, sei que posso colocar emoticon aqui mas não quero, me deixe)
Pra variar, o título ambíguo remete a 500 momentos diferentes... e as vezes fico em dúvida se meu inconsciente é foda ou se o fato de escrever é que resgata tudo isso... porque só tinha pensado em 2 coisas no máximo e agora vejo que retornos pode explicar basicamente tudo que tenho passado na última semana... 
Bom, mas foco... quem retorna, grosso modo e explicitamente nesse momento, sou eu nesse blog... e é só isso que vocês precisam saber... sim, to rude... mentira, to um fofo... me dá um abraço!!!
Ceis sentiram saudade né? Fala sério... ou pelo menos se alguém acompanhasse essa decadência em forma de blog eu sei que teria sentido... bom, eu senti... e isso é meio narcisista mas é verdade... que saudade de mim mesmo... crazy mode on...
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar
Aiai, músicas... 
Músicas e musicais... 
Uma vez escutei um pseudo off broadway (até hoje não entendi direito o que é aquilo)... Songs for a New World... e tem uma música lá, que até hoje tá na minha lista de favoritas junto de Memory, Dreamed a Dream, e tantas outras lendas dos musicais... Stars and the Moon... uma música simples com ritmo gostoso e uma letra fantástica... basicamente e resumidamente... uma mulher que se envolve com alguns homens e todos prometem estrelas e a lua mesmo sendo simples e não podendo dar muito além disso... mas ela quer dinheiro e bens materiais e enfim encontra um cara de sucesso que dá tudo isso pra ela, viagens, luxo, iates e champanhe... mas no fim, depois de uma vida que nunca muda, nunca cresce, sem sonhos ela se da conta... que ela nunca teve a lua (e eu juro que lacrimejei só de escrever e deu todo aquele arrepio de tanto que essa música mexe comigo)...
E porque estou falando da lua??? Porque eu vivo sempre, no mundo da luaaaaaaaa...
Não, porque ontem/hoje foi eclipse lunar...
Ou na verdade... porque depois de escutar Being Alive do Company e me dar conta de que as vezes você precisa de somebody... crowd me with love... somebody force me to care... somebody make me come through I'll always be there frightened as you to help us survive, being alive, being alive, being alive, being alive......e estar vivo é sonhar... sonhar que um dia poderemos ter a lua... e sonhos andam tão extintos ultimamente na minha pessoa... 
Não posso reclamar, tenho certas coisas que nem imaginava... e não falo de conquistas meritocráticas ou materiais... falo de estrelas... de mares... de nuvens passageiras... mas, e a lua? I'll never have the moon?
Ou talvez eu não deva ter a lua... talvez eu precise continuar olhando ela daqui da terra, e dia ou outro poder tocá-la... sentir um pouco de seu luar em minha pele e deixar fluir a vida e os sonhos que ela trás... a os sonhos... life has killed the dream I dreamed... é verdade... ela matou sonhos que sonhei mas novos sonhos sempre surgem... mesmo tímidos, calejados, sonhos que já nascem sabendo do seu papel de não se concretizar, mas trazer esse sentimento tão peculiar de um sonhador... algo que mistura nostalgia, melancolia, alegria, excitação... o ato de sonhar deveria ser toda uma área nova de sentimento, deveria ter um nome para esses sentimentos derivados de um sonhador... 
Sonhar, ou sentir essa coisa estranha e indefinida provenientes desses sonhos, sempre me moveu... desde à lua de cosmos no céu estampada permitindo que eu pudesse adormecer com meus 10 anos, todos os dias, criando os mais insanos sonhos e fantasias de um mundo tão puro e doce que me enchia de alegria, enquanto a lua iluminava a janela e preenchia o quarto com seu luar de energia peculiar... a sim... a lua... é ela mesma a culpada por tudo... como não percebi antes?
Mas o que percebo é que é verdade o que dizem sobre a arte... sem sentimentos não se faz arte, seja dor, seja amor, seja vontade... o luar é capaz de despertar os mais variados instintos artísticos em mim... e sim, esse texto pode estar uma porcaria depois de tanto tempo treinando academicismos ao invés de escrita pelo prazer... mas mesmo o mal feito se torna belo quando existe sentimento... e até farei questão de comentar aqui se no futuro eu ler isso e achar a coisa mais ridícula que já falei... mas nesse momento só consigo pensar que estou vivo... estou vivo... estou vivo... e eu pude ter a lua!